Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro

Vera Silvia Magalhães Albuquerque Maranhão

Zone d'identification

Type d'entité

Personne

Forme autorisée du nom

Vera Silvia Magalhães Albuquerque Maranhão

Forme(s) parallèle(s) du nom

  • Vera Sílvia Magalhães

Forme(s) du nom normalisée(s) selon d'autres conventions

Autre(s) forme(s) du nom

Numéro d'immatriculation des collectivités

Zone de description

Dates d'existence

1948 - 2007

Historique

Vera Sílvia Araújo de Magalhães foi uma economista, socióloga e militante no período militar. Nasceu em 5 de fevereiro de 1948 no Rio de Janeiro, filha da líder estudantil Maria Virgínia Gonçalves de Araújo e do advogado Cláudio Augusto Pestana de Magalhães. Seu tio paterno, Carlos Manoel Pestana de Magalhães era um dos líderes do Partido Comunista Brasileiro em São Paulo e a presenteou aos 11 anos com o Manifesto Comunista.
Ingressou na militância política na Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Ames) aos 15 anos quando estudava no colégio Andrews. Em 1966 foi aprovada para cursar a faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no ano seguinte participou da formação da Dissidência Comunista da Guanabara (DI-GB).
Em 1969, após o enrijecimento do regime com o Ato Institucional nº 5, o grupo se deslocou para luta armada assumindo o nome de Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) - em referência a um grupo homônimo de Angra dos Reis que havia sido extinto pela repressão. As diretrizes da nova orientação do grupo foram escritas por Vera Sílvia e Franklin Martins seguindo uma linha militarista de esquerda e recebeu aprovação dos demais integrantes. A partir de então, Vera saiu da direção e foi designada para Frente do Trabalho Armado, tendo feito treinamento militar na floresta da Tijuca.
O grupo realizava assaltos a bancos, coma ideia de expropriação para seu financiamento. A operação mais ousada foi o sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick em setembro de 1969. O objetivo do ato era incialmente a divulgação de sua carta-manifesto com a exigência de libertação de 15 presos políticos. Após três dias o sequestro teve fim com as condições cumpridas pelo governo militar.
Depois da ação, Vera Sílvia precisou viver na clandestinidade, pois todos os participantes eram alvos preferenciais dos órgãos de repressão. Usando o codinome Dadá, foi presa em 1970 denunciada por uma vizinha no bairro do Jacarezinho. Com ferimento de tiro de raspão na cabeça foi hospitalizada e levada ao Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI). Vera ficou presa por três meses, período o qual sofreu forte tortura e foi libertada junto com outros 39 presos políticos mediante a troca realizada no sequestro do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben.
Banida do Brasil, sem os movimentos das pernas devido às torturas, foi levada para Argélia e recebeu tratamento médico. Recuperada, realizou treinamento militar em Cuba e conseguiu por meio de grupos guerrilheiros do Brasil um passaporte cubano falso usado para ir à Praga, onde trocou por um documento brasileiro também falsificado. Viveu um curto tempo em Paris casada com Fernando Gabeira, em seguida na Alemanha e no Chile. Decidiu deixar a militância, após fazer uma revisão crítica de sua atuação política e da organização.
Com o golpe de Pinochet em 1973, ambos abrigaram-se na embaixada da Argentina. Auxiliada pelo amigo Jean Marc von der Weid, Vera conseguiu salvo conduto para Buenos Aires primeiro, reencontrando Gabeira tempos depois. Devido ao sequestro do embaixador norte-americano foi difícil encontrar asilo, somente a Suécia os aceitou. O casal viveu somente por quatro meses no país, quando decidiram se separar e Vera seguiu para França. Em Paris trabalhou com o babá e estudou sociologia na Sorbonne.
Voltou ao país apenas 1979, com Lei de Anistia e morou por quatro anos no Recife. Um ano antes nasceu seu único filho, Felipe Magalhães de Albuquerque Maranhão, do casamento com Carlos Henrique Maranhão. Firmou residência no Rio de Janeiro novamente, trabalhou como funcionária pública estadual e foi aposentada por invalidez. Em 2002 ganhou na justiça o direito de receber pensão da União em reparação às torturas sofridas enquanto esteve presa, sendo a primeira pessoa a receber tal benefício. Vera Sílvia sofreu sequelas da tortura por toda vida e faleceu em 2007, aos 58 anos.

Lieux

Rio de Janeiro

Statut juridique

Fonctions et activités

Textes de référence

Organisation interne/Généalogie

Contexte général

Zone des relations

Zone du contrôle

Identifiant de la description

BR RJAPERJ.VSM

Identifiant du service responsable de la description

BR RJAPERJ

Règles et/ou conventions utilisées

Brasil. Conselho Nacional de Arquivos. NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006

Niveau d'élaboration

Ébauche

Niveau de détail

Dates de production, de révision et de suppression

Identificado por Gabriela Costa da Silva em 2013. Pesquisa biográfica realizada por Clarissa Ramos Gomes, em 2016.

Langue(s)

Écriture(s)

Sources

MAGALHÃES, Vera Sílvia. Memória Política: Entrevistas. Depoimento. [12 mai 2005]. Portal da Câmara dos Deputados Federais. Entrevista concedida a: Ana Maria Lopes de Almeida e Ivan Santos. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/a-camara/conheca/historia/historia/historiaoral/Memoria%20Politica/Depoimentos/vera-silvia-magalhaes/texto. Acesso em 30 abr 2016.

OLIVEIRA, D. J.. As representações de Vera Silvia Magalhães no filme 'O que é isso companheiro?'. O olho da história, v. 18, p. 01-12, 2012. Disponível em: http://docplayer.com.br/366885-As-representacoes-de-vera-silvia-magalhaes-no-filme-o-que-e-isso-companheiro-daiane-de-jesus-oliveira.html. Acesso em 30 abr 2016.

Notes relatives à la mise à jour de la notice